Austrália, Suíça, Alemanha e Dinamarca lideram o crescimento
Edição 57
Pesquisa indica que foram os quatro países onde os fundos de pensão
mais cresceram
Os fundos de pensão da Austrália, Suiça, Alemanha e Dinamarca foram os
que apresentaram maior crescimento patrimonial nos últimos anos.
Segundo um estudo feito pela Watson Wyatt, o patrimônio dos fundos de
pensão desses países aumentou acima de 50% no período entre
31/12/1993 e 31/12/1997, informa a publicação Pension & Investments,
dos Estados Unidos. O levantamento da Watson Wyatt foi feito a partir de
informações de 11 países, e inclui também a Inglaterra, Hong Kong,
Irlanda, Canadá, Japão, França e Estados Unidos.
Os Estados Unidos continuam na liderança em volume, com US$ 6,124
trilhões em ativos até o final de 97, mas seu ritmo de crescimento no
período foi de 28%, abaixo da média de 30% dos demais países. O
segundo lugar ficou com o Japão, com US$ 1,9 trilhões, seguido pela
Inglaterra, com US$ 1,05 trilhões. Esses países, portanto, respondem por
mais de 80% dos ativos de fundações dos países desenvolvidos, que
alcançam US$ 17,4 trilhões.
Outro ponto abordado pelo estudo é que as diferenças nas formas de
alocação de ativos entre os fundos de pensão dos diferentes países
continua grande. Os dois países que mais investiram em ações foram os
EUA, que entre dezembro de 93 e dezembro de 97 apresentaram um salto
de 39% para 61%, e o Canadá, que aumentou de 46% para 55% sua
exposição. Por outro lado, Austrália e Irlanda reduziram seus
investimentos em ações. Na Austrália, a queda se deve ao forte mercado
doméstico de bônus.
De um modo geral, os fundos de pensão europeus mantiveram alocação
relativamente baixa em renda variável (ver gráfico). Apenas a Holanda
aumentou de 25% para 36% no período.
Já o volume de administração terceirizada varia de país para país. Em
Hong Kong, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Irlanda, pelo menos 85% dos
ativos totais são administrados por gestores externos. Na França, no qual
o sistema público provê praticamente toda a aposentadoria, o pequeno
sistema privado de pensões é 100% terceirizado, porque é obrigatório por
lei.
A penetração dos administradores estrangeiros nesses mercados ainda é
pequena, com exceção de Hong Kong, onde eles detêm cerca de 80% dos
recursos de fundações. O segundo lugar fica com a Austrália, com 30%,
mas nos EUA e na Inglaterra, esse percentual é de apenas 3%.
O estudo da Watson Wyatt prevê um aumento da alocação em renda
variável nos fundos de pensão da Austrália, Hong Kong, Canadá, Irlanda e
na maioria dos países europeus, até o ano 2.002. A exceção fica com a
Inglaterra, para a qual espera-se um declínio de 72% para 68% na
exposição em ações.
A administração passiva também deve tornar-se cada vez mais popular.
Nos EUA, ela deve ser aplicada em 35% dos ativos de renda variável,
contra os atuais 26%, enquanto na Inglaterra deve saltar de 20% para
30% até 2.002. Em outros países, a administração passiva deve crescer na
mesma proporção de aumento da alocação em renda variável,
particularmente na Suiça, Dinamarca, Austrália e Japão.
Também o portfólio de investimentos em ações no estrangeiro será
beneficiado com esse movimento. As previsões dos analistas da Watson é
de que no Japão esse portfólio passe de 20% para 25% do total, e na
Suiça, de 8% para 12%.