Hora da gestão baseada na performance
Edição 178
Fundações vão diversificar as carteiras em 2007
O perfil das assets brasileiras tem apresentado uma significativa evolução nos últimos anos, migrando gradativamente de uma gestão focada na preservação do capital para uma gestão baseada na busca de performance. Essa mudança ficou mais nítida a partir de 2005, quando a busca de prêmios tornou-se um diferencial para os clientes, principalmente os institucionais.
Uma das assets que melhor entendeu essa realidade é a do BNP Paribas, que ocupa a 11º posição no nosso ranking, com R$ 22,79 bilhões em dezembro de 2006, volume 21 vezes superior ao R$ 1,06 bilhão que detinha em dezembro de 2000. Enquanto a asset do banco francês cresceu 21 vezes nesse período, o mercado de gestão de recursos cresceu pouco mais de 3 vezes, para R$ 1,06 trilhão. “Soubemos interpretar bem as necessidades do mercado”, define o vice-presidente da asset, Marcelo Giufrida.
Ele avalia que, para continuar a crescer daqui para a frente será fundamental ter na prateleira todos os produtos que os clientes, principalmente os institucionais e os demais investidores qualificados, vão demandar. Ativos de pouca procura até recentemente, como fundos de governança ou de títulos privados, passarão a ser mais demandados.
Assets aplicando em fundos de outras assets serão cada vez mais comuns.
Atualmente, o mercado já aplica R$ 36 bilhões em fundos de outras assets, com o Itaú sozinho aplicando R$ 17,29 bilhões. A seguir vem a Bram, que aplica R$ 4,33 bilhões, e o BNP Paribas com R$ 3,49 bilhões.
As aplicações em títulos privados já somam R$ 154 bilhões, sendo que só o Itaú tem R$ 40 bilhões aplicados nessa classe de ativos.
Multimercados – “A diversificação dos portfólios de investimento será a marca de 2007”, analisa Giufrida. Ele acredita que a demanda por multimercados e fundos de ações deve aumentar neste ano, pois a rentabilidade dos fundos DI está em queda com a redução da Selic.
Ele concorda com a avalição já feita anteriormente por outros gestores, de que o aumento da demanda por multimercados e fundos de ações deve elevar a taxa média de administração. “Ao deixarem de ser commodities os fundos podem cobrar taxas mais elevadas, e é isso que deve ocorrer daqui para a frente”, afirma.
Giufrida avalia que o mercado de gestão de recursos, com R$ 1,06 trilhão atualmente, pode dobrar em 10 anos. “Há espaço para isso”, garante.