TA - Agosto/2007 - Base de Junho/2007

Itaú segue na liderança em FIDCs | Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios entraram de vez para o rol das alternativas atraentes de diversificação de portfólio

Edição 183

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) entraram de vez para o rol das alternativas atraentes de diversificação de portfólio. A categoria cresceu 42,5% entre o primeiro semestre deste ano e o segundo semestre de 2006, alcançando a marca de R$ 15,4 bilhões de volume sob gestão. Na dianteira desse mercado segue o Itaú, com R$ 4,54 bilhões sob gestão, quase o dobro do segundo colocado, o UBS Pactual, com R$ 2,9 bilhões. “Ampliamos nossa carteira em cerca de 50% do Top Asset anterior para este”, comemora Alexandre Zákia, diretor de clientes institucionais do Itaú. Isso se deve, segundo ele, à tradição de qualidade da instituição nesse campo, que inclui, ainda, a prestação de serviços de custódia e controladoria, na qual o Itaú responde por R$ 13 bilhões – nada menos do que 52% do estoque de mercado.
A Intrag, braço de administração fiduciária do Itaú, tem hoje 13 FIDCs na prateleira – 3 deles lançados no primeiro semestre de 2007. Estão no forno outros quatro fundos de direitos creditórios, que devem sair até o fim do ano. A demanda é grande, especialmente por parte dos investidores institucionais. Com a queda dos prêmios pagos pelos títulos públicos, os ativos privados tornaram-se uma opção atraente para os fundos de pensão, que precisam bater suas metas atuariais. “O apetite das fundações por esse tipo de aplicação é crescente”, atesta Zákia. Mas para conseguir a combinação de retorno atraente com risco de boa qualidade, é preciso abrir mão, por outro lado, da liquidez do investimento. “Não há milagre.” Trata-se de um obstáculo considerável para os fundos maduros, que precisam ter uma preocupação redobrada com os desembolsos mensais das aposentadorias de seus assistidos. Mas mesmo com esse porém – que no caso dos fundos de pensão jovens nem é tão ruim assim, já que as obrigações são mesmo de longo prazo – o crescimento da indústria de FIDCs só não é maior porque faltam ativos. A oferta é limitada pelas próprias características do mercado brasileiro de capitais, em estágio de desenvolvimento. “Não é possível, ainda, gerar bons ativos na mesma velocidade que a demanda”, avalia o diretor do Itaú.
De fato, a discrepância é grande. Perto do patrimônio dos fundos de pensão, que reúnem R$ 375 bilhões em ativos, o volume de R$ 15,4 bilhões dos FIDCs é quase irrisório. E isso, de certa forma, não deixa de ser outro entrave para a expansão da modalidade. A Fundação Cesp, por exemplo, maior entidade fechada de previdência complementar do país patrocinada por empresas privadas, tem menos de 1% de sua carteira alocada em FIDCs por conta dessa limitação. “Em primeiro lugar, nunca se compra uma emissão sozinho. Numa operação de R$ 20 milhões, caberia para nós, provavelmente, com uma fatia de R$ 5 milhões”, afirma Jorge Simino, diretor de investimentos da Funcesp, que fechou o primeiro semestre com patrimônio de R$ 13,1 bilhões. “O problema é que não vale a pena todo o trabalho de acompanhamento e análise exigido por esse tipo de fundo para alocarmos, no fim das contas, apenas R$ 5 milhões”, explica ele. Se por um lado a observação vale como alerta, por outro demonstra que o apetite por FIDCs continua em alta. E é justamente a existência de demanda que continuará viabilizando a oferta – e conseqüentemente, a expansão – da indústria de fundos de direitos creditórios.

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