Gestor em previdência foca mais a rentabilidade
Edição 189
Cobrança do mercado pela melhoria dos resultados dos planos abertos provoca reflexos no trabalho das assets
Com participação crescente nos recursos administrados pelas assets, o mercado de previdência privada aberta tem exigido uma maior coordenação das ações dos gestores com as instituições que oferecem esses planos. Após o crescimento expressivo das adesões à previdência aberta no País ao longo dos últimos anos, com o alcance de um novo patamar pelo setor, a concorrência está mais acirrada do que nunca e o mercado cobra a oferta de melhores produtos. Nesse cenário, a gestão dos recursos torna-se fundamental para criar condições de atender às novas expectativas dos poupadores em previdência. “Sem dúvida, o cliente na ponta final está mais amadurecido hoje, não só para buscar espontaneamente planos de previdência, mas para discutir o investimento. E isso se reflete diretamente no trabalho do gestor”, frisa Adolfo Alviço, superintendente comercial executivo da Bradesco Asset Management (Bram), primeira colocada no ranking do segmento de previdência aberta do Top Asset.
No ano passado, os recursos da previdência privada aberta administrados pelas assets no País já beiravam os R$ 130 bilhões, com crescimento de nada menos que 15% no semestre. Nesse bolo, a Bram detém cerca de 40%. No total dos recursos geridos pela asset, a previdência aberta também ocupa uma posição de destaque, respondendo por cerca de um terço, motivo mais do que suficiente para não haver acomodação com a folgada liderança que ocupa no segmento. “Trabalhamos de forma coordenada para possibilitar o atendimento de um cliente final mais exigente”, afirma o superintendente da Bram, contando que poupadores em previdência passaram até a cotejar o investimento previdenciário com o de fundos de investimento. Por isso, a gestão dos recursos previdenciários vai cada vez mais na direção da busca pela maximização do retorno e da análise mais minuciosa do risco. “Não é porque se trata de recurso de longo prazo, que a gestão tem que ser passiva”, acrescenta Alviço.
A combinação de investimentos em renda fixa e renda variável na gestão dos recursos de previdência privada traz perspectiva de rentabilidade maior para o poupador, o que acaba também estimulando novas adesões, acrescenta o superintendente executivo de investimento da asset do ABN Amro, que aparece na oitava posição no ranking e entre as cinco que mais cresceram nesse segmento. O impulso da gestão em previdência privada na gestora também é fruto da estratégia comercial da Tokio Marine Vida e Previdência, seguradora associada ao ABN Amro que destina a este a gestão de todos os recursos de sua carteira.
Seguradoras – No segmento dos recursos das companhias de seguros, as duas primeiras colocadas no ranking também são a BRAM e Itaú. Só que, neste segmento, elas estão muito próximas, diferentemente da área de previdência. O total de recursos geridos, no final de 2007, somava R$ 40,169 bilhões, predominantemente nas mãos de assets vinculadas aos bancos. Mas, neste segmento, também despontam entre os maiores gestores três assets ligadas diretamente às companhias de seguros: Sul América, Portopar (da Porto Seguro) e Mapfre. São presenças que mostram sinais das mudanças pela quais passa o setor de seguros no Brasil, com a maior participação de estrangeiros no mercado (a Sul América é associada à holandesa ING e a Mapfre é do grupo espanhol de mesmo nome) e a abertura de capital pelas companhias como caminho para fortalecimento e competitividade, como ocorreu com a Porto Seguro e a própria Sul América, entre outras.