Sistema em alta
Edição 192
A alta rentabilidade da renda variável no ano passado, principalmente no primeiro semestre do ano, ajudaram as fundações a consolidar um crescimento de 23,04% no período de doze meses
Os fundos de pensão fecharam o ano passado com um volume de R$ 436,70 bilhões em suas carteiras de investimento, representando um crescimento de 23,04% em relação aos R$ 354,90 bilhões de dezembro de 2006. Esse crescimento no período representa a soma dos aportes feitos por participantes novos e antigos mais o rendimento das suas carteiras no período. A carteira de renda variável foi a que mais cresceu, acumulando uma alta de 33,31% no período, passando de 119,29 bilhões em dezembro de 2006 para 159,03 bilhões em dezembro de 2007. Já a carteira de renda fixa fechou o ano com R$ 256,13 bilhões, acumulando um crescimento de 18,85% em relação aos R$ 215,49 bilhões de dezembro de 2006.
Já as carteiras de investimentos imobiliários e empréstimos a participantes perderam recursos líquidos, fechando com R$ 11,45 bilhões e R$ 9,53 bilhões em dezembro do ano passado, o que representou quedas de 2,12% e de 4,31% respectivamente em relação a dezembro de 2006.
O aumento da participação da renda variável nas carteiras das fundações foi uma tendência bastante pronunciada no ano passado, quando ficou evidente a tendência de queda nas taxas de remuneração dos títulos do governo, por muitos anos os queridinhos dos fundos de pensão. Com a baixa da remuneração, as fundações começaram a migrar para a renda variável e para aplicações alternativas.
No levantamento realizado por Investidor Institucional, 104 fundações enviaram suas informações para serem rankeadas. Publicamos não só os números dessas mas também os números básicos, disponibilizados no site da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), daquelas que não enviaram informações mas se encontram entre as 150 maiores. A partir da posição 150, publicamos apenas os números das fundações que enviaram as informações.
A maior fundação do sistema, como é do conhecimento de todos, é a Previ, dos participantes do banco do Brasil. A Previ contabilizava R$ 137,41 bilhões em investimentos em dezembro do ano passado, seguida pela Petros com R$ 38,02 bilhões e pela Funcef com R$ 31,51 bilhões.
Superávit – O maior superávit do sistema também pertencia à Previ, com R$ 52,93 bilhões registrados no ano de 2007. A seguir vinha a Centrus, com R$ 3,40 bilhões, e a Sistel, com R$ 2,47 bilhões. Segundo o secretário da Previdência Complementar, Ricardo Pena, a discussão sobre a destinação do superávit das fundações precisa ser feita com muita cautela, criando-se uma regulamentação mais firme sobre essa destinação. Segundo Pena, “antes de pensar em destinar o superávit as fundações precisam percorrer uma lista do ponto de vista de maior prudência, de mais conservadorismo”.
Entre as maiores rentabilidades do sistema merece destaque a marca registrada pela CBS Previdência, que fechou o ano de 2007 com uma alta de 73,23% em sua carteira total. Esse ótimo resultado foi impulsionado principalmente pela carteira de renda variável da fundação, que rendeu 151,30% no ano passado. A segunda fundação em rentabilidade total foi a Previ, com a marca de 37,08% no ano passado, também impulsionada pela rentabilidade da sua carteira de renda variável, que somava R$ 93,32 bilhões ao final do ano passado e alcançou um rendimento de 50,94%. A terceira posição ficou com a Cifrão, com uma rentabilidade total de 29,62%.
Na lista das fundações que conseguiram as maiores rentabilidades na carteira de renda fixa, a primeira posição coube à Fapece, com 94,54%. É uma fundação de pequeno porte, com investimentos totais de R$ 27,72 milhões em dezembro do ano passado, ocupando a posição de n° 226 no ranking do sistema. A seguir vêm a Funbep, com rentabilidade de 23,09%, e a Prevunião, com rentabilidade de 20,03.
Na lista das maiores rentabilidade nas carteiras de renda variável, a primeira posição ficou com a Fusesc, que registrou a marca de 213,68% durante o ano de 2007. A seguir vem a CBS Previdência, com rentabilidade de 151,30% no ano, e a Mendesprev, com 139,63. Na lista das 10 maiores rentabilidades na renda variável, a 10° colocada foi a Funcef, com uma rentabilidade de 58,46%, o que mostra o impulso que essas carteiras conferiram aos resultados das fundações em geral no ano passado.
Em imóveis, outro segmento que bombou o ano passado, a Cifrão marca a primeira posição em rentabilidade. Ela conseguiu um resultado de 189,20% para sua carteira nesse segmento. Em segundo lugar ficou a Somupp, com rentabilidade de 97,59% no ano passado, e em terceiro a Ecos, com 70,76%.
Já na carteira de empréstimos a participantes, a Brasiletros conseguiu um retorno de 130,38% no ano passado, enquanto a Fundiágua e a Funasa conseguiram rentabilidades de 34,45% e 33,78% respectivamente. São resultados excepcionais, de fazer inveja a muitos bancos.
Os critérios do ranking assim com as explicações para entender os perfis de cada fundação encontram-se no box “Para Entender o Ranking”, que publicamos abaixo.
Para entender o ranking Top Atuarial Este ranking apresenta as informações dos fundos de pensão brasileiros referenciadas em dezembro de 2007, tanto daqueles que enviaram informações para participar da nossa pesquisa (104 fundações) quanto das fundações que não aceitaram mas estão entre as 150 maiores.
Dessas, pegamos as informações essenciais no site da SPC, relativas ao montante dos investimentos, total de participantes, participante ativos e assistidos, apenas para rankeá-las.
Quanto às fundações que enviaram as informações, os dados publicados são bem mais completos. Para entender os perfis, leia nos parágrafos abaixo o significado de cada abreviatura usada, assim como o significado dos números que acompanham o nome de cada dirigente: No item investimentos, o primeiro número expressa o valor em R$ do programa de investimentos e o percentual que aparece ao lado (em branco, sobre a caixa verde) refere-se ao crescimento apresentado pela fundação em relação a dezembro de 2006, ou seja, num período de 12 meses. Abaixo, as abreviaturas RF, RV, IM e EP significam Renda Fixa, Renda Variável, Imóveis e Empréstimos aos Participantes, respectivamente, e indicam quanto dos investimentos totais estão alocados em cada carteira. As abreviaturas BD, CD e CV significam planos de Benefício Definido, de Contribuição Definida e de Contribuição Variável, respectivamente, e indicam quanto dos investimentos totais estão alocados em cada modalidade de plano.
No item rentabilidade, o primeiro número refere-se ao rendimento médio no ano e o número à direita (em branco, sobre a caixa verde) mostra a evolução em relação ao ano anterior, em pontos percentuais (pp). Abaixo, há indicações das rentabilidades das carteiras de RF, RV, IM e EP, assim como das rentabilidades dos planos de BD, CD e CV no ano.
A linha inferior mostra quais são as metas atuariais da fundação, sendo que Meta At. BD significa a meta atuarial adotada para os planos BD e Meta At. CV significa o mesmo para os planos CV.
No item superávit/déficit, o primeiro número expressa o valor em R$ apurado no ano e o percentual que segue ao lado (em branco, sobre a caixa verde) refere-se à sua evolução em relação ao ano anterior. Na linha abaixo, mostramos qual o percentual desse superávit ou desse déficit que foi gerado por planos BD e qual o percentual foi gerado por planos CV.
As linhas inferiores mostram os percentuais de recursos que estão sendo entregues à gestão terceirizada, os percentuais de recursos que estão aplicados em fundos de investimento (abertos e fechados), assim como o nome dos principais gestores.
Em participantes, o primeiro número indica o total de participantes e ao lado (em branco, sobre a caixa verde) a variação em relação ao ano anterior.
Abaixo, mostramos os percentuais de ativos e de assistidos, assim como dos inscritos nos planos BD, CD e CV. Também informamos qual a tábua atuarial (Tábua At.) adotada pela fundação para os planos BD e CV.
No último item do perfil, damos o nome da principal patrocinadora (no vaso de multipatrocinadas não há uma patrocinadora principal, então apresentamos como multiplanos) e a participação que ela representa no valor total dos recursos.
Informamos abaixo os nomes do presidente, diretor de investimentos e diretor de benefícios, seguidos por dois números, o primeiro indicando há quantos anos ele está na diretoria da fundação e o segundo há quantos anos ele está no cargo. O sim ou não que segue os números indica se ele é ou não é participante fundação.