TA - Agosto/2008 - Base de Junho/2008

Estratégia longe do risco garante altas em private | Na contramão, segmento de middle private passou por momento de retração no primeiro semestre de 2008

Edição 194 

No primeiro semestre de 2008, os segmentos de private e middle private apresentaram desempenhos bastante distintos. Enquanto o primeiro obteve um crescimento de 8,79%, o middle caiu 9,33%. “Na renda fixa, houve uma maior estabilidade do DI e perda de captação dos fundos, o que pode ter influenciado esse resultado negativo”, afirma Denise Rios, superintendente de produtos do segmento private e empresas do Itaú, líder no setor com R$ 34,2 bilhões, apesar de ter sofrido uma queda de 9,94% desde o começo do ano.
Além desses fatores, alguns investidores começaram a direcionar seus recursos diretamente aos CDBs, contribuindo com a diminuição da captação. O desempenho negativo do middle private fica evidente ao se notar que, das cinco assets que mais cresceram no setor, apenas duas conseguiram registrar avanços positivos.
Em contraste com isso, o private continua crescendo, se aproveitando dos 80 mil clientes que o mercado ganhou em 2007, segundo Eduardo Mendes, country head of distribution da Schroders no Brasil. Dentre todas as assets, a que mais subiu no segmento nos últimos seis meses foi a empresa, com uma evolução de 417,89%. De acordo com Mendes, um fator importante para esse resultado foi a criação de um fundo long/short em junho do ano passado, que tem apresentado uma performance consistente. Esse fundo tem por característica se manter longe do risco, sendo neutro em relação à Bolsa, o que, na opinião de Mendes, é um “atributo raro.” Mas apesar do elevado crescimento, a Schroders ainda permanece distante do líder do setor. Com apenas R$ 841 milhões, contra os R$ 38,2 bilhões do primeiro colocado, Itaú, a asset não aparece nem entre as 10 primeiras colocadas. Em segundo lugar no segmento aparece a UAM, com R$ 17,1 bilhões, seguida pela Credit Suisse Hedging-Griffo, com R$ 14,2 bilhões.
Além do mais, a volatilidade pela qual a Bolsa vem passando durante o ano pode acabar afetando um pouco esse nível de crescimento. “Como a procura por ativos de maior risco pode diminuir um pouco, será mais difícil manter esse ritmo. Mas isso é possível, com os novos produtos que serão lançados no final de 2008 e no início de 2009, que deverão ser fundos internacionais diferenciados para o Brasil”, afirma Mendes. O foco da Schroders será na inovação, procurando trazer produtos que tenham baixa correlação com a Bolsa e com multimercados e produtos brasileiros. A asset também pretende reforçar a sua equipe e trabalhar em parcerias com os investidores. “A coisa mais importante é entender o que está faltando para o cliente e quais são as tendências e as demandas”, finaliza Mendes.

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