De olho no crescimento dos recursos dos institutos | Patrimônio cada vez maior dos regimes próprios continua concentrado nas mãos de BB e Caixa
Edição 194
Com o avanço da legislação do setor e a flexibilização dos percentuais de investimento, o segmento de regimes próprios tem visto seu patrimônio crescer ano a ano. De 2006 para o ano passado, por exemplo, o patrimônio dos institutos cresceu 32%, atingindo a soma de R$ 31,398 bilhões, segundo dados do Ministério da Previdência.
Esse bolo crescente de recursos continua sob a gestão dos grandes bancos estatais. Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal (CEF) abocanham, juntos, 74% dos recursos desse segmento, que vem profissionalizando a gestão de seus investimentos. “A governança dos regimes próprios vem melhorando, o que favorece o mercado”, afirma Carlos Massaru Takahashi, gerente executivo de distribuição de produtos da BB DTVM, que está no topo do ranking. Segundo ele, a asset tem tradição no atendimento aos institutos e um modelo de segmentação de clientes e distribuição que consegue dar apoio a essa clientela em qualquer lugar do País.
Colada na dianteira está a CEF que, segundo Bolívar Tarragó Moura Neto, vice-presidente de gestão de ativos de terceiros da Caixa, tem a meta de conquistar o topo do pódio. Como? “Criamos novos fundos; estruturamos uma Gerência de Investimentos Corporativos, que irá atender também os institutos; e, há dois meses, reforçamos a equipe de relacionamento com institucionais”, responde Moura Neto. “E temos alguns fundos no forno”, revela. A Caixa não oferece a essa clientela somente o tradicional fundo DI, mas também um IBrX-50, e está estudando a possibilidade de abrir um multimercado. Além da gestão de recursos, a Caixa também presta assessoria aos institutos de previdência, como cálculo atuarial, elaboração de planos de investimento e estruturação de planos de previdência.
Fundos públicos – Nesse segmento não tem para ninguém. A Caixa Econômica Federal tem R$ 101,1 bilhões sob seu guarda-chuva, mais que o dobro da segunda colocada no ranking, a BB DTVM, com R$ 43,4 bilhões sob gestão. São recursos de fundos como o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e de carteiras administradas de prefeituras e Estados.
Moura Neto explica que a gestão desses recursos é mais conservadora, segue as regras determinadas pelos administradores desses fundos e é constituída por aplicação em títulos públicos. “Em carteiras mais longas, a gestão é um pouco mais passiva e conservadora”, afirma o vice- presidente.”Já nos fundos de prefeituras e Estados, que são de curto prazo, pois se trata do fluxo de caixa desses entes, trabalhamos com operações compromissadas com título público, sem grande volatilidade e com rentabilidade estável”, completa.