Assets apostam em boa relação com os RPPS | Gestoras voltam seu foco para o segmento, que continua apresentando crescimento consistente
Edição 201
A previdência dos servidores dos Estados e Municípios continua a toda potência: o volume de recursos do sistema gerido por assets apresentou crescimento de 26,29% no segundo semestre do ano passado, atingindo R$ 19,95 bilhões. O segmento sofreu bem pouco com a crise por causa da baixa exposição em renda variável. A BB DTVM continua na dianteira desse segmento, seguida pela Caixa Econômica Federal (CEF) que, juntas, detêm 76% dos recursos geridos. Carlos Massaru Takahashi, gerente executivo de distribuição de produtos da BB DTVM, conta que foi feita uma reestruturação na gestora, sendo criadas áreas específicas na gestão e distribuição por segmento de clientes. “Iniciamos o processo no primeiro semestre e quando a crise se aprofundou ele já estava consolidado, o que nos ajudou a aproveitar oportunidades”, explica Takahashi. A gestora também criou novos produtos para os regimes próprios (veja mais na página 52).
A CEF também pretende usar o foco no relacionamento com o cliente para deixar a segunda colocação, posição em que a instituição está somente “por enquanto”, segundo Bolívar Tarragó Moura Neto, vice- presidente de gestão de ativos de terceiros da CEF. “Já somos forte nesse segmento e estamos melhorando o relacionamento, pois este é um setor que exige a presença constante, inclusive ajudando na elaboração da Política de Investimentos e na administração”, ressalta Moura Neto.
Segundo ele, a vantagem que a CEF oferece para este segmento são os outros serviços agregados, não só a gestão, o que acaba por diminuir os custos do RPPS.
A novidade ficou por conta da Bram, asset que mais cresceu no segmento e escalou cinco posições, passando da oitava para a terceira colocação.
Segundo Marcos Villanova, diretor de investimentos da instituição, o crescimento é resultado do foco mais intenso que a Bram tem dado ao segmento nos último três anos. Hoje com 5% dos R$ 19,95 bilhões em recursos dos institutos, o objetivo da asset é atingir 15% segundo Villanova. Para isso, o banco aposta na oferta de produtos com rentabilidade adequada e proximidade com o cliente. “Participamos de todos os encontros do setor”, conta. Segundo ele, a Bram detém a gestão dos recursos de 10% dos municípios que possuem regime próprio.
Fundos Públicos – Nesse segmento a Caixa é a primeira colocada disparada, com mais que o dobro de volume de recursos geridos pela BB.
Os recursos são, basicamente, provenientes do FGTS e de prefeituras e Estados, segundo Moura Neto, da Caixa. De acordo com ele, a participação da Caixa no PAC a tem aproximado bastante dos entes federativos e trazido outros negócios. “A Caixa é agressiva na aquisição de folhas de pagamentos”, exemplifica. Os recursos dos fundos públicos têm uma gestão conservadora e, no caso de prefeituras e Estados, pela característica do caixa ser de curto prazo, são investidos em títulos públicos pós-fixados e compromissados, evitando volatilidade, segundo Moura Neto.