TA - Março/2009 - Base de Dezembro/2008

Respeito ao baixo risco no mandato das seguradoras | Tradicional conservadorismo das aplicações das reservas fica ainda mais fortalecido com a crise

Edição 201

O forte trabalho de vendas da Brasilcap e a gestão compartilhada ativa que o braço de capitalização do Banco do Brasil e a BB Gestão de Recursos DTVM realizam foram pontos que contaram a favor para a gestora ultrapassar a Bram no ranking de gestão de recursos na categoria de capitalização. A afirmação é de Carlos Massaru Takahashi, gerente executivo de distribuição e produtos da BB DTVM.
No levantamento referente ao primeiro semestre de 2008, a gestora do Bradesco liderava a lista, com R$ 3,157 bilhões, e era seguida pela BB DTVM, com R$ 2,883 bilhões. Já na segunda metade do ano passado, o jogo virou: a BB, no topo do ranking, somou R$ 3,268 bilhões em recursos geridos (um crescimento de 13,35% em seis meses), enquanto a Bram recuou 2,08% para R$ 3,109 bilhões. Takahashi conta ainda que a Brasilcap lançou um produto no mercado que “tem tudo para estourar” em vendas: trata-se do Ourocap Flex, uma capitalização que contempla uma parte dos investimentos em renda variável. “Como na capitalização a pessoa coloca um dinheiro todo mês e o deixa lá por um longo período, nós concluímos em estudos feitos em conjunto com a BrasilCap que fazia sentido ter um produto que incluísse aí uma parcela em renda variável.
Apostamos bastante nesse produto”, diz Takahashi, que acrescenta que o fato de a Brasilcap ser “inovadora” também ajudou a engordar o volume de recursos de capitalização sob o guarda-chuva da BB DTVM.
Seguros – Já quando o assunto são os recursos das seguradoras, a Bram continua firme e forte no ranking. Com mais do que o dobro da segunda da lista (Itaú, com R$ 4,769 bilhões), a gestora do Bradesco obteve crescimento de 5,52% nos últimos seis meses de 2008. “Em 2007, quando começaram os primeiros rumores em relação aos problemas do subprime, nós já trabalhávamos com um cenário mais conservador. Desde lá a nossa área de macroeconomia já vinha apontando que o crescimento verificado nos últimos anos estava muito acelerado e poderia não se mostrar sustentável por muito tempo. Por isso que em 2008 nós já víamos o cenário de uma forma muito mais conservadora. Nossa exposição ao risco já não era muito forte e nós reduzimos mais ainda”, lembra Adolfo Alviço, superintendente comercial executivo da Bram. Ele completa que a estratégia adotada foi sair das posições de risco e ficar mais líquido. “Como os recursos de seguradoras são de médio e longo prazo, incluindo neste caso as reservas técnicas, o perfil de gestão é sempre voltado a uma ação mais conservadora. E isso fica ainda mais forte em momentos de mais volatilidade”.
Paulo Werneck, da asset da Icatu Hartford, a que mais cresceu na categoria de seguradoras, concorda. “Nós temos respeito ao mandato que está em nossas mãos. O risco deve ser pequeno na aplicação das reservas técnicas, pois são elas que sustentam as atividades da seguradora”, afirma.

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