TA - Março/2009 - Base de Dezembro/2008

Empresas resgatam para preservar sobra de caixa | Taxas oferecidas por CDBs também atraem médias e grandes companhias, que têm grande aversão a riscos

Edição 201

O cenário negativo na indústria de investimentos parece ter afetado mais fortemente os aportes das grandes empresas, cujo saldo aplicado caiu 13,56% no último semestre de 2008, para R$ 113,5 bilhões. Já o patrimônio de aplicações das companhias médias caiu menos, com baixa de 5,63% em seis meses, para R$ 19,3 bilhões. Apesar de ter se mantido na primeira posição entre as maiores gestoras de middle market, o patrimônio da BB DTVM caiu 6,78% em seis meses nesse segmento, para R$ 8,041 bilhões. Segundo Carlos Massaru Takahashi, gerente executivo da área de distribuição de produtos da asset, com a crise houve uma elevação da aversão ao risco. Mesmo assim, no ano passado a gestora realizou uma reestruturação que evitou a saída de mais investidores, criando uma área específica para dar apoio ao banco. “Como tínhamos percebido que o cliente de middle market é um investidor menos afeito à volatilidade, criamos uma área para destinar os produtos mais de acordo com o apetite de risco dele”, afirma.
A gestora considera como middle market empresas cujo faturamento varia de R$ 10 milhões a R$ 100 milhões no ano. Segundo Takahashi, esse investidor é mais conservador porque são empresas que aplicam a sobra de caixa para rentabilizá-la e, posteriormente, voltar a investir em seu próprio negócio. “Predomina a preferência por fundos de renda fixa e DI, além dos de curto prazo.” Já o Itaú, que ficou em primeiro lugar entre os clientes corporate, com saldo de R$ 21,7 bilhões, registrou queda de 4,9% no patrimônio em seis meses. No middle market, a instituição ficou em segundo lugar, com R$ 6,1 bilhões, alta de 28% no mesmo período. Segundo Paulo Corchaki, diretor de investimentos da Itaú Asset Management, os saques por parte dos clientes corporate também se deveram à saída dos fundos para a compra de Certificados de Depósitos Bancários (CDBs). “Em geral, clientes corporativos – tanto grandes como médias empresas – são mais conservadores, pelo fato de investirem a sobra de caixa. Por isso, a baixa nas bolsas e o desempenho ruim dos multimercados não estão diretamente ligados a esse perfil de clientes.” No segmento corporate, a Fator Administração de Recursos (FAR) registrou o maior crescimento, atingindo R$ 186,9 milhões em aplicações desses clientes. Segundo José Carlos Borja, diretor comercial, a alta se deu pelo esforço em firmar parcerias que trouxeram mais clientes indiretos à empresa. A gestora conta com uma área denominada canais de distribuição, que prima pela capilaridade e pela busca de parceiros como DTVMs, private bankings, corretoras, family offices ou agentes autônomos. “São esses tipos de alocadores que vão buscar o cliente final para nós. É um modelo que vem dando certo, estamos crescendo tanto entre os institucionais como no corporate e na pessoa física”, afirma Borja.

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