TA - Março/2009 - Base de Dezembro/2008

Migração entre gestores nos investidores externos | Volume de recursos estrangeiros cresceu apenas 1,38%, mas houve grande troca de players e BB toma dianteira

Edição 201

O ranking dos gestores de recursos de investidores externos teve significativas mudanças no segundo semestre do ano passado. A BB DTVM cresceu 49,93% no período e assume a primeira posição. O BNP Paribas, ex-líder, fica em segundo lugar. A BB, porém, têm uma particularidade em relação aos demais players: seus clientes são externos, mas não estrangeiros. “São investidores brasileiros residentes e domiciliados no exterior”, esclarece Carlos Massaru Takahashi, gerente executivo de distribuição de produtos da BB DTVM. Segundo ele, para estes clientes a casa tem 12 classes de fundos off-shore chamados BB Funds.
O crescimento no segmento, segundo Takahashi, se deveu a três fatores: a estratégia de crescimento de private banking, principalmente na agência de Miami, onde a maioria dos brasileiros pessoa física acessa o banco; a clientes corporativos locais que investiam em fundos nominados em dólar ou euro para fazer hedge de suas exportações; e, aliado a isso, a valorização dos ativos nominados em moeda estrangeira, com a depreciação do real em relação ao dólar. Entre as gestoras não ligadas a bancos, a Vision Brazil teve grande destaque nesta edição do Top Asset e apresentou um crescimento de 29,56% no segundo semestre de 2008. Além de ser a mais focada nesse cliente, a gestora escalou quatro posições e agora figura na quarta posição, desbancando grandes players, como HSBC e UBS Pactual.
Segundo João Adamo, diretor da Vision, esse foi o resultado de um trabalho intensivo com fundos de pensão estrangeiros e endowments, que acabou se concretizando no segundo semestre. “Mesmo com a crise, os investidores externos não recuaram com a percepção de que o Brasil tem boas oportunidades em ativos reais”, explica Adamo, citando o interesse desses investidores em food security, energias renováveis e real state, setores em que a asset atua.
Instituições financeiras – O UBS Pactual continua no pódio da gestão de recursos de instituições financeiras, mesmo tendo perdido quase metade do patrimônio proveniente desse cliente. “O mercado de fundos de investimentos sofreu bastante não só por causa da crise, mas também por conta da concorrência com os CDBs de grandes bancos”, explica Marcelo Flora, diretor-executivo da asset do UBS Pactual. Segundo ele, os CDBs também tiraram a competitividade dos fundos por, num momento de muita volatilidade, apresentar apenas a variação de preços da marcação a mercado, o que quase não influi num papel em que a maioria dos investidores leva a vencimento.
O segundo semestre foi um período difícil para crescer, mas a migração entre players gerou oportunidades para o Modal, a segunda asset que mais cresceu na gestão de recursos de outras instituições, com avanço de 33,57% no segundo semestre. Segundo Alexandre Póvoa, diretor do Modal Asset, isso é resultado da boa performance dos fundos da casa, mesmo com a crise, que coincidiu com a mudança de gestores que os investidores fizeram.   

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