Private equity lidera entre veículos de investimento | Após grandes captações em 2006 e 2007, chegou a hora de investir o dinheiro; preços de ativos estão mais baixos
Edição 201
O segmento de private equity e venture capital aparece com destaque no levantamento. A classe foi a que mais cresceu entre os veículos de investimento, com uma alta de 40,38% na segunda metade de 2008.
Para Alexandre Saigh, sócio-responsável pela área no Pátria Investimentos, em 2006 e 2007 muitos fundos tiveram retornos interessantes e era um momento propício para a abertura de capital, o que fez com as gestoras captassem recursos.
A asset, com R$ 4,073 bilhões sob gestão em participações, aparece na vice-liderança do ranking. Além do que, foi a segunda com melhor desempenho no setor nos últimos seis meses de 2008, crescendo 13,17%. “A grande razão para isso foi o término da captação do Fundo III, de US$ 700 milhões, no final do ano passado”, conta Saigh. O produto tem foco em serviços e já foi realizado um aporte em uma empresa de rastreamento de cargas chamada Zatix. O sócio do Pátria aponta 2009 como um momento mais propício para investir do que para captar. “Houve uma desvalorização no preço das empresas e é um timing perfeito para investir porque em dois ou três anos as economias estarão retomando.” Paulo Campos, sócio-diretor da Angra Partners, avalia que o mercado viveu um semestre atípico, em função da crise. “Os negócios ficaram muito parados e vem aí um processo duro de negociação pela frente, mas com boas oportunidades de aquisições nos próximos anos”, diz. A asset sofreu uma queda de 38,01% em recursos geridos nas áreas de private equity e venture capital na segunda metade de 2008, desvalorização que pode ser explicada pelos desinvestimentos realizados, especialmente pelo Fundo Investidores Institucionais. “Isso tem sido feito paulatinamente nos últimos 12 meses e o fundo deverá ser fechado em breve.”
Off-shore – Já o segmento de fundos off-shore obteve um desempenho oposto ao de PE/VC, com uma desvalorização de 17,42% na segunda metade de 2008. Mas isso não impediu que a UAM alcançasse, nesse período, um crescimento de 107,98%. Há um ano e meio, a asset montou um núcleo de desenvolvimento de negócios internacionais, já que, segundo Bruno Stein, superintendente de distribuição da gestora, existia um interesse no exterior pelo Brasil, mas esses investidores não contratavam empresas brasileiras para administrar ativos nacionais. Tendo isso em vista, no segundo semestre, a UAM concretizou um negócio com uma das maiores corretoras do Japão, a Shinko, e montou um fundo de renda fixa, o Unibanco Brazil Sovereign NRI, pensando no diferencial da taxa de juros entre os dois países e na depreciação do real unida à valorização do yen. “Esse fundo começou em dezembro, levantando R$ 450 milhões. Mas apenas em janeiro conseguiu mais de R$ 1 bilhão”, diz.
Contudo, apesar do crescimento vertiginoso da UAM, a líder do segmento é a BB DTVM, sendo também a segunda entre as que mais cresceram, com alta de 49,93%. “Nós passamos o início da crise com bastante liquidez, assumindo poucos riscos. Quando os preços ficaram muito depreciados, mais ou menos em outubro, compramos títulos de renda fixa do Brasil emitidos no exterior quase na mínima”, explica Marcelo Marques Pacheco, gerente executivo de fundos multimercados e off-shore da BB.