TA - Março/2009 - Base de Dezembro/2008

Ações perdem 32,07% com acentuação da crise | Redução da taxa de juros, no entanto, deve levar os investidores a buscar renda variável para diversificar

Edição 201

Se no primeiro semestre de 2008 os investimentos em ações ainda conseguiram resistir aos efeitos da crise e crescer 1,48%, no segundo não teve jeito. O setor sofreu uma desvalorização de 32,07%. A BB DTVM, apesar da queda de 19,36% no período, manteve a liderança do ranking.
Jorge Ricca, gerente executivo de fundos de ações da asset, aponta como um fator essencial para minimizar as perdas ter um portfólio diversificado. “Possuímos fundos de siderurgia, telecomunicações, energia, consumo, dividendos. Devido a essa variedade, acaba sempre tendo alguma opção, independente do cenário que o mercado apresenta”, afirma. A BB DTVM, inclusive, criou no segundo semestre do ano passado um fundo de construção civil para capturar a queda que houve no segmento, o BB Ações Construção Civil.
Mas não foi só isso. Quando a crise endureceu, a partir da quebra do Lehman Brothers, em setembro, a asset adotou uma estratégia de escolher papéis mais defensivos, que não sofressem demais com uma eventual desvalorização, como os de energia elétrica e telecomunicações. “A partir de outubro, por causa da grande volatilidade, passamos também a efetuar operações de um ou dois dias, para capturar exageros momentâneos”, conta Ricca. Ele prevê um primeiro semestre com a Bolsa mais estável, e no segundo, com a percepção de que o pior já passou, caso isso aconteça, pode haver um fluxo de capitais de aplicações mais defensivas para as mais arriscadas por parte dos investidores externos. “Internamente, há também um ciclo de redução da taxa de juros, criando a possibilidade de enxugamento da rentabilidade de ativos de renda fixa, podendo culminar na tão esperada migração para renda variável”, avalia.
Já o mercado de títulos privados (em que a BB DTVM aparece na vice- liderança) obteve uma alta expressiva de 36,26% nos últimos seis meses do ano passado. Nesse período, a abertura das taxas dos CDBs atraiu bastante o interesse dos investidores, entre eles os fundos de pensão. “Houve oportunidades interessantes em CDBs, que combinaram boa rentabilidade com baixo risco”, diz Carlos Massaru Takahashi, gerente executivo de distribuição e produtos da gestora, lembrando que, por conta do aprofundamento da crise financeira internacional, o investidor tendeu ao conservadorismo na segunda metade de 2008.
Na opinião do executivo, de agora em diante, é provável que o crédito privado corporativo também passe a ser mais sedutor. Para Takahashi, as oportunidades nestes títulos emitidos por empresas já vêm aparecendo há algum tempo, mas em menor intensidade. “A tendência é de que apareçam ainda mais oportunidades atraentes de investimento em títulos de crédito corporativo. No caso dos fundos de pensão, eles devem voltar à pauta assim como a renda variável, por conta do ciclo de queda da taxa de juros e da necessidade de diversificação para que as entidades cumpram seus compromissos”, estima.

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