TA - Agosto/2009 - Base de Junho/2009

Dinheiro aplicado em compasso de espera

Edição 206

Depois de um semestre que traumatizou a indústria de fundos, os primeiros seis meses de 2009 representaram um pequeno alívio para o investidor pessoa jurídica. O segmento de clientes corporate foi um dos que registrou alta mais forte no período, de 30,21%, atingindo patrimônio de R$ 131,1 bilhões. No último semestre de 2008, o saldo tinha caído 13%. Entre as médias empresas, o avanço foi menor, mas não menos expressivo: 17,46%, para R$ 22,6 bilhões.A aversão ao risco parece ter diminuído entre as empresas que, no entanto, ainda não estão se sentindo totalmente confiantes para voltar a investir na economia real, preferindo manter os recursos nos fundos. No Itaú, o saldo de clientes corporate atingiu R$ 54,6 bilhões, aumento de 151% em seis meses — reflexo da fusão com a UAM. O banco ultrapassou assim a BB DTVM, que era primeira colocada no ranking passado e ficou com R$ 16,1 bilhões em patrimônio, com alta de apenas 2,97% em seis meses.Segundo Alexandre Mathias, diretor de distribuição e gestão de mandatos exclusivos do Itaú Unibanco, além da fusão, um dos fatores que contribuíram para a elevação da asset ao primeiro lugar foi a criação da área que ele dirige. Já vislumbrada antes da fusão, a área só foi efetivamente concebida após a união dos dois bancos. “A idéia é conseguir ter o melhor de dois mundos: grande escala e alto grau de personalização para os mandatos exclusivos”, diz.O executivo explica que os clientes corporate têm patrimônio mais volátil do que as fundações. “No segundo semestre de 2008, os fundos em geral perderam captação como efeito da crise. Na virada do ano, ela esmaeceu.Mas do lado real da economia, o período ainda é de dúvida”, afirma, enfatizando que, no primeiro semestre, houve acumulação em fundos corporate e middle market enquanto os empresários se questionavam se voltariam a investir na economia real.
Middle – No middle market, a liderança permaneceu com a BB DTVM no período, mesmo após a fusão dos concorrentes. A asset fechou o semestre com patrimônio de R$ 8,3 bilhões e crescimento de 4,3% em seis meses. Já o Itaú Unibanco ficou em segundo, com R$ 7,4 bilhões.De acordo com Mathias, concorrer com a BB DTVM não é tarefa fácil, por conta da alta penetração que a instituição tem no País. “É natural que tenha pulverização dominante nesse segmento. Mas vamos trabalhar com afinco”, diz. Ele salienta que as duas instituições provavelmente deverão revezar as primeiras posições nos futuros rankings.Entre os gestores mais focados, a Mercatto ficou com a liderança, com R$ 624 milhões. Régis Abreu, diretor de gestão, conta que a empresa tem dirigido sua estratégia comercial no sentido de atrair investidores pessoas jurídicas. “O objetivo é diversificar ao máximo o nosso passivo e não depender de só um nicho de clientes.”

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