TA - Agosto/2009 - Base de Junho/2009

Private e middle private: mais maduros na crise | Clientes do segmento mantiveram suas posições em renda variável mesmo durante as turbulências

Edição 206

A crise teve ao menos uma consequência positiva para a indústria de fundos brasileira: o investidor ficou mais maduro. Isso pode ser percebido tanto no segmento private como no middle private, que no primeiro semestre mantiveram suas aplicações na renda variável – mesmo com a volatilidade reinante – e registraram alguma volta aos multimercados, dizem gestores. Os dois segmentos de clientes cresceram 41,6% e 55,4%, respectivamente.A Itaú Unibanco Asset Management ficou na liderança em ambos os casos. No private, a gestora alcançou R$ 65,3 bilhões, com alta de 77,8% – crescimento obtido basicamente por conta da fusão com o Unibanco. O segundo lugar ficou com o Credit Suisse Hedging-Griffo. Em quarto lugar, a Santander Brasil Asset Management DTVM foi ultrapassada pelo UBS Pactual, que ficou em terceiro. O banco espanhol encerrou o semestre com R$ 10 bilhões em clientes private, alta de 8,44% em seis meses e queda de 15% em 12, enquanto o concorrente chegou a R$ 10,4 bilhões, avanço de 14,06% no semestre e queda de 11,92% em 12 meses.Eduardo Castro, superintendente executivo de gestão de fundos do Santander Brasil Asset Management DTVM, explica que a queda em 12 meses ainda é reflexo do péssimo cenário do ano passado. Por outro lado, ele endossa que o crescimento no semestre ocorreu pelo fato de a gestora ter sido capaz de ofertar produtos variados, do mais conservador ao mais arrojado.De acordo com o executivo, os clientes private de forma geral reduziram o risco de suas carteiras na segunda metade de 2008. “Agora, o movimento é contrário. Mesmo com a indefinição ainda existente, ela não é suficiente para afastá-los do risco”, completa. Middle private – Entre os clientes middle private, o Itaú Unibanco ficou com R$ 32,9 bilhões, um avanço de 22,3% em seis meses. Já a Bradesco Asset Management (Bram) obteve o segundo lugar, com R$ 10,2 bilhões sob gestão e crescimento de 8,22% de janeiro a junho deste ano.No Bradesco, o cliente middle private é aquele com renda mensal superior a R$ 6 mil ou investimentos acima de R$ 70 mil. Adolfo Alviço, superintendente executivo comercial da gestora, explica que na instituição a segmentação aconteceu posteriormente aos concorrentes. “De qualquer forma, é um cliente em que o banco tem foco. Temos toda uma família de fundos voltados para o segmento”, afirma Alviço.De acordo com ele, esse tipo de investidor está olhando produtos de maior valor agregado. “Em renda variável, o cliente não realizou prejuízo, e nesse primeiro semestre, alguns aumentaram suas posições, pois é um investimento com o qual ele está mais familiarizado”, salienta. “Em renda fixa percebemos a procura por ativos como os títulos privados, por causa da queda das taxas de juros”, completa o executivo.

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