Instituições financeiras ensaiam recuperação | UBS se mantém na liderança do segmento e amplia presença na gestão de recursos de estrangeiros
Edição 206
O patrimônio de instituições financeiras sob gestão das assets virou o jogo no primeiro semestre. Com R$ 41,26 bilhões ao final de junho, o segmento apresentou crescimento de 12% em seis meses, apesar da queda de 16,36% em um ano.Marcelo Flora, diretor-executivo da UBS Pactual Asset Management, explica que esse mercado sofreu bastante os efeitos da crise financeira – além da concorrência com CDBs de grandes bancos ter provocado saídas de recursos dos fundos.O UBS continua na dianteira do ranking, embora seu total sob gestão tenha apresentado retração de 10,44% nos primeiros seis meses deste ano.Mesmo desafiador, o período gerou oportunidades para a BCSul Verax Serviços Financeiros, a quarta maior do segmento, com alta de 26,89% nos primeiro semestre. Um dos motivos para a expansão, revela o diretor Marcelo Xandó, é a forma abrangente com que a asset atua com os bancos. “Inicialmente, o relacionamento se dava porque eles eram os originadores, tinham ativos e precisavam fazer um programa de securitização via Fidc. Depois acabamos usando a malha de outros bancos para fazer a distribuição dos fundos”, conta.Claudio Mauad, diretor comercial da área de distribuição da BNP Paribas Asset Management, que avançou 28,35% no primeiro semestre, mas contraiu 24,67% no acumulado dos 12 meses, assinala que “todo mundo perdeu no olho do furacão, que pesou no segundo semestre de 2008, quando houve um volume de saques muito grande”. Ele conta que a gestão de recursos de instituições financeiras é prioridade na asset. “Todos os principais bancos que distribuem fundos de terceiros são nossos parceiros”, diz.
Investidores Externos – O UBS Pactual galgou sete posições e ocupa agora o posto de terceiro maior gestor de recursos de investidores externos, impulsionado por uma parceria com uma corretora japonesa para um fundo de títulos públicos de mais de US$ 3 bilhões, revela Marcelo Flora.Ele analisa que a melhora macroeconômica e uma relativa estabilidade em câmbio e de juros tornam o Brasil mais atraente para o estrangeiro.Avaliação semelhante faz Luiz Sorge, diretor da BNP Paribas Asset Management, que manteve o segundo lugar no ranking. “Haverá um fluxo grande de capital para cá. O mundo desenvolvido está sofrendo com a desaceleração do crescimento, juros baixos e retração na inflação ou até mesmo deflação, o que deve continuar nos beneficiando”, aponta.Apesar da unanimidade em torno da atratividade do Brasil, o investimento vindo de fora não passou incólume pelo agravamento da crise. Ao final de junho, os recursos do segmento somavam R$ 50,191 bilhões, com retração de 4,52% em seis meses e de 5,01% em 12.