Reviravolta no mercado de ações | Quem conseguiu se antecipar ao movimento de alta apresentou bom retorno em renda variável
Edição 208
Em um semestre marcado pela volta do ull market”” depois de um final de ano assustador, a Bradesco Asset Management (Bram) ficou em primeiro lugar no ranking de renda variável, com quatro fundos considerados excelentes. Segundo Herculano Aníbal Alves, superintendente executivo de renda variável da gestora, o ponto mais importante para o resultado foi o fato de a asset ter percebido rapidamente que o cenário estava mudando, podendo deixar para trás posições conservadoras – como ações de empresas boas pagadoras de dividendos, como do setor elétrico e de telecomunicações – e migrando para papéis de companhias ligadas ao consumo interno.“Em janeiro, vínhamos de um segundo semestre muito ruim. A carteira estava conservadora, pois estávamos reticentes em relação ao mercado. Mas nesse mesmo mês vimos que as coisas estavam mudando, que poderiam não ser tão feias dali para a frente. Aí mudamos a carteira de um portfólio conservador para um mais adequado a um mercado que poderia melhorar, já que a Bolsa estava muito descontada”, afirma Alves. Segundo ele, o foco no primeiro semestre foi em empresas ligadas à demanda interna em detrimento dos papéis de companhias do setor de commodities.De acordo com Alves, a gestora percebeu em janeiro que, mesmo após as demissões ocorridas em dezembro, a massa salarial não estava ruim e a inflação estava controlada. “Vimos que o Brasil iria se recuperar antes da crise, como vem ocorrendo”, diz Alves. A exposição maior ao mercado interno se deu primeiramente por meio da compra de papéis de empresas de varejo. A partir do segundo trimestre, a gestora apostou em empresas da construção civil, especialmente aquelas associadas à baixa renda. “Os juros estavam decrescentes e o governo lançou o programa Minha Casa, Minha Vida, o que beneficiou o setor”, lembra. Outro segmento em que a gestora apostou foi o financeiro.Na opinião de Alves, o mercado hoje está bem diferente do que era em 2007. Para ele, os IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) já não saem a qualquer preço. Na oferta da Tivit, por exemplo, a Bram esperou o preço cair de R$ 16,50 para R$ 13 para decidir comprar. “Esse é o trabalho que temos de fazer daqui para frente. Vamos analisar cada operação e chegar a um preço que consideramos justo”, declara. “Não compramos qualquer coisa a qualquer preço.” A Bram também entrou na oferta do Santander. “Mas à medida que o preço subiu, nosso apetite caiu”, salienta.