TA - Agosto/2010 - Base de Junho/2010

Títulos privados ganham espaço nas carteiras | Tendência é de aumento mais expressivo das posições em crédito privado quando a taxa de juros voltar a cair

Edição 218

 

A estabilidade econômica nacional somada ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) esperado para os próximos anos está levando os títulos privados a uma posição de destaque na estratégia das grandes gestoras de recursos. Apesar de as primeiras assets desta categoria no Top Asset terem apresentado níveis de crescimento diferentes no primeiro semestre, há um consenso de que a demanda por esses ativos está bastante aquecida e deve aumentar nos próximos meses – o líder Itaú Unibanco apresentou queda de 7,27% em seis meses, a Bram ficou praticamente estável, a BB DTVM avançou 9,93% e o Santander registrou um salto de 37,56%.
A asset do Santander começou a adotar, já no ano passado, uma estratégia progressiva de exposição a títulos privados. Eduardo Castro, superintendente executivo de fundos de renda fixa da gestora, explica que vem ocorrendo mudanças na precificação dos títulos privados desde o aprofundamento da crise financeira mundial em 2008. “Mesmo após a crise, os preços não voltaram aos patamares anteriores, e esse foi um dos efeitos positivos para estes papéis, que continuaram a pagar bons prêmios. Outra consequência positiva foi o alongamento do endividamento”, afirma.
Inicialmente, o Santander aumentou sua exposição a papéis de bancos de primeira linha, o que garantiu boa rentabilidade em 2009. “Com os títulos vencendo no começo de 2010, começamos a substituí-los por papéis de setores mais diversificados”, detalha. Aproveitando o aumento das emissões neste primeiro semestre do ano, a asset buscou tanto setores mais tradicionais, como elétricas, petróleo, mineração e telefonia, quanto papéis novos de construção civil e empresas de consumo. “Aproveitamos as oportunidades para diversificar a carteira com taxas atrativas”, resume.
O Santander ficou em quarto lugar no ranking de títulos privados, com R$ 29,39 bilhões. Já a BB DTVM, na segunda posição, conseguiu diminuir a diferença para o líder Itaú Unibanco. A gestora do Banco do Brasil apresentou uma alta de 9,9%, chegando ao saldo de R$ 54,99 bilhões. Ao fim do ano passado, a BB DTVM estava mais de R$ 60 bilhões atrás do concorrente. No entanto, com o resultado positivo neste ano, a diferença passou para pouco mais de R$ 49 bilhões.
Primeiro colocado em títulos privados, o Itaú Unibanco somou R$ 104,16 bilhões ao final de junho, uma queda de 7,27% em seis meses. Em doze meses, porém, a instituição teve alta de 4,33%. Apesar do recuo no primeiro semestre de 2010, Paulo Corchaki, gestor de recursos do Itaú Unibanco Asset Management, acredita que a demanda por títulos privados continuou aquecida no período. “A alta dos juros já era esperada desde o começo do ano, e já estava embutida nos preços tanto de títulos privados quanto dos públicos. Creio que prevaleceu a vontade de conseguir uma rentabilidade um pouco melhor”, opina. Para ele, essa demanda chegou a ser exagerada, o que pode ter gerado algumas sobrevalorizações . A

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