MF - Abril/2011 - Base de Dezembro/2010

Menor risco traz bons resultados | Asset do HSBC busca diversificação e baixo risco ao fugir de previsões de eventos específicos

Edição 225

 

Adotando uma estratégia de investimento que prioriza diretrizes gerais em detrimento de apostas em eventos específicos, o HSBC vem aumentando seus fundos classificados como excelentes. No encerramento de 2010, a instituição chegou a oito produtos com o selo verde, ante cinco no ano anterior. “Ao privilegiar um evento específico, há a possibilidade de ir muito bem em um semestre e mal no seguinte. Com a nossa visão, procuramos gerar consistência no resultado”, justifica o diretor de investimentos do HSBC Global Asset, Mário Sérgio Felisberto.
O grande destaque da asset no ano passado foi o segmento de multimercados, com seis fundos excelentes, ante cinco em 2009. Nesse quesito, a gestora chegou a cair para a terceira posição em junho passado, com quatro classificações verdes, mas as estratégias traçadas começaram a dar resultado e o HSBC voltou ao segundo lugar no segmento, atrás apenas da Bram – Bradesco Asset Management, que possui oito fundos de investimento excelentes em multimercados.
Em 2010, a gestora do HSBC optou por aumentar a diversificação de seus investimentos, com risco relativamente baixo. “Houve uma série de eventos que geraram incertezas no mercado, então não havia convicções direcionais”, explica.
Segundo Felisberto, as principais apostas foram em papéis atrelados à inflação. “Em nenhum momento do ano passado apostamos em posições prefixadas, porque o ritmo de crescimento do País apontava para pressões inflacionárias”, afirma. A partir do meio do ano, essa estratégia foi intensificada, devido ao fim do ciclo de alta das taxas de juros.
“Achamos que esse processo foi encerrado antes do que devia, e esperávamos um aumento da inflação ao longo do ano. Essa foi a principal aposta entre julho e dezembro”, aponta Felisberto.
Para 2011, a gestora continua trabalhando baseada na premissa de que o Banco Central irá elevar os juros menos do que o necessário para conter a alta de preços, por isso mantém posições prefixadas curtas e em ativos baseados em índices de inflação. “Na nossa visão, a autoridade monetária continuará incorrendo no encerramento prematuro da alta de juros que, na nossa visão, não é o correto para a condução da política monetária”, antevê. No entanto, Felisberto não descarta mudanças no portfólio. “Se mais para frente percebermos que o mercado já está precificando essas situações, temos liberdade para discutir e redimensionar essas posições, se necessário”, completa.

Ações – Na renda variável, a instituição manteve-se ativa e atenta para rebalancear suas posições conforme o andamento do mercado. Além disso, buscou proteção em opções para evitar que as oscilações produzissem efeito negativo nas carteiras. “O ano passado não foi favorável para a Bolsa, que mostrou uma performance fraca. Em vários momentos, quando o mercado cai, aproveitamos para comprar opções, como forma de evitar a volatilidade”, explica. Assim como na renda fixa, a perspectiva é de um ano parecido com 2010 também na renda variável. “A visão para o médio prazo é favorável, com crescimento da economia e das empresas. No entanto, ainda há incertezas no cenário internacional que contribuem para a volatilidade no mercado de ações”, projeta ele, para quem eventos como os que abalaram o Japão no último mês e a onda de protestos no Oriente Médio não alteram a perspectiva, mas corroboram para aumentar as indefinições no curto prazo.
Além das apostas na renda fixa e na renda variável, o HSBC busca uma diversificação cada vez maior dos ativos em seu portfólio para entregar resultados. No ano passado, a instituição usou posição em moedas para gerar rentabilidade, com apostas contra o euro. Em 2011, a tática é com moedas de mercados emergentes contra desenvolvidos. “Conseguimos um bom desempenho em 2010 com essa estratégia, mas nesse ano os resultados ainda não estão claros”, compara. Ainda de acordo com ele, essa arbitragem entre moedas já é parte efetiva dos portfólios, uma vez que a ideia é de fazer da diversificação parte constante do planejamento, abrindo um leque cada vez maior de investimentos. “Queremos aumentar o enfoque de diversificação. Podemos também, por exemplo, investir em bolsas de mercados estrangeiros”, antecipa.

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