TA - Agosto/2011 - Base de Junho/2011

Fundos estruturados têm destaque no período | Investidores trocam produtos mais tradicionais por aplicações em recebíveis imobiliários e participações

Edição 229

Em um período marcado pela dificuldade em obter resultados positivos principalmente na renda variável, tiveram destaque em termos de aumento de patrimônio os fundos imobiliários e os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). Apesar da pouca representatividade no total de patrimônio (0,77% entre os veículos de investimento), os fundos imobiliários chegaram a um volume de R$ 16,20 bilhões em junho de 2011, com crescimento de 54,51% em seis meses e de 163,92% em um ano.

A Caixa Econômica Federal é líder do ranking de fundos imobiliários, tendo encerrado junho de 2011 com R$ 4,18 bilhões no segmento. O crescimento atingido pela asset na categoria, de 55,11% em seis meses, foi bastante expressivo, mas inferior ao verificado pela segunda colocada no levantamento, a Brazilian Mortgages, que avançou 151,19% no primeiro semestre deste ano, para R$ 3,98 bilhões. Apesar do bom resultado, Vítor Bidetti, diretor da Brazilian Mortgages, lembra que o segundo semestre é historicamente melhor para a companhia. “Estamos para lançar um FII em setembro que deve captar R$ 400 milhões. Só ele captará mais do que o volume total levantado na primeira metade de 2011, que foi um pouco inferior a essa quantia”, adianta.
Bidetti acredita que, com a crise no mercado financeiro, o segmento foi visto como um porto seguro. “Foi um semestre excelente para a indústria de fundos imobiliários”, comemora. Para ele, até mesmo os investidores institucionais estão buscando mais produtos desse tipo. “As fundações e principalmente os RPPS estão aderindo mais aos FIIs. Os fundos de pensão estão próximos dos limites em aquisição direta de imóveis, e essa é uma forma de ampliar indiretamente a participação no segmento”, aponta.
José Diniz, diretor de fundos imobiliários da Rio Bravo Investimento, também identifica na alta dos fundos imobiliários uma busca por ativos mais seguros. Ele projeta um incremento de R$ 300 milhões no patrimônio administrado, atualmente em R$ 3,13 bilhões, no segundo semestre. “Atualmente, estamos muito focados em buscar a melhor rentabilidade para o investidor. Por isso, estamos mais cautelosos, mais lentos que a média”, compara. A Rio Bravo é a terceira colocada no ranking de fundos imobiliários, tendo encerrado a primeira metade de 2011 com R$ 3,13 bilhões no segmento.
O avanço na categoria de produtos estruturados também pode ser verificado nos fundos de private equity e venture capital. O crescimento foi de 13,32% em seis meses e de 167% em 12, chegando a um patrimônio administrado de R$ 57,52 bilhões. Líder no segmento, a Caixa deve boa parte do desempenho aos recursos do FGTS. “E temos a intenção de ampliar os fundos de investimento em participações na área de infraestrutura”, adianta Marcelo de Jesus Define Perossi, superintendente nacional de gestão de ativos de terceiros da Caixa Econômica Federal.
Em segundo lugar no ranking está a Gávea Investimentos. Christopher Meyn, responsável pela área de private equity, conta que as dificuldades nos Estados Unidos levaram a asset a diversificar a base de captação para seus fundos. Dado que aproximadamente 90% dos investidores estão no exterior, foi necessário ampliar a participação dos asiáticos e europeus na captação. “Antes, praticamente todos os clientes estrangeiros eram norte- americanos. Agora, eles respondem por cerca de três quartos”, contabiliza o executivo. Segundo Meyn, as dificuldades vistas até meados do ano também tiveram um lado positivo, uma vez que estava mais difícil para as empresas se financiarem via abertura de capital . “Com essa situação, a opção de um parceiro privado ficou mais atraente”, avalia.
Nos FIDCs, a alta em 12 meses foi de 42,82%, para um saldo de R$ 40,43 bilhões. Também em primeiro lugar na categoria, a Caixa registrou avanço de 229% em FIDCs. O salto da Caixa, que estava na sétima posição no Top Asset referente a dezembro de 2010, sofreu grande influência da incorporação dos fundos do Panamericano. “Mas não foi só isso. Também atuamos para lançar e captar recursos nessa modalidade”, afirma Perossi. Ele acrescenta que os investidores institucionais, devido à necessidade de bater as metas atuariais, estão migrando da renda fixa tradicional para fundos mais sofisticados.
Denise Pavarina, superintendente da Bram – Bradesco Asset Management, concorda que os clientes estão cada vez mais interessados no segmento de crédito como um todo. “Seja para buscar menos volatilidade, seja para procurar mais rentabilidade, alguns investidores saíram de fundos multimercado e migraram para fundos de crédito, diz. A executiva não viu

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